terça-feira, 2 de outubro de 2012

Recordando

Depois de 3 anos, relendo essa "lavrinha" de palavras jogadas, mesmo com uma alma já distante desse sentimento "poético", contemplativo, romântico, percebo o quanto elas são tão presentes e atuais.

domingo, 15 de março de 2009

E eu fico imaginando...

Quando ela passa é assim
eu sei que ela disfarça
tanto silêncio que leva na boca
tanta vontade que me distrai.

Minha vontade é de arrancar
aqueles lábios com um beijo
de deslizar sobre a pele
suavemente feito água.

Quando ela passa é assim
minhas vontades tornam-se intensidades
meus sentidos voam
tanto frenesi que enlouquece.

Eu sinto o cheiro dela que me entorpece
e fico imaginando seus pelos arrepiando
quando a mordo na nuca
e puxo seus cabelos.

Mas quando ela passa é assim
eu quase nem respiro
apenas murmuro seu nome
com palavras fracas.

Minha boca entreaberta
chega a estremecer
como se estivesse esperando
um beijo de leve.

Quando ela passa...
me dá vontade de cravar-lhe as unhas.

sábado, 7 de março de 2009

Minha Lua na imensidão

A Lua na imensidão que eu enamorava
fazia-me perder noites de sono sentado à beira do mar,
e o que ela me dava com o olhar
eu cobiçava com as mãos.
Só sentia as ondas do mar quebrando e beijando meus pés,
mas eu mal percebia que as ondas levavam seus beijos,
beijos que a Lua na imensidão me namorava.
Mas havia algo de estranho entre mim e a Lua na imensidão,
pois eu não sabia de fato se era ela quem me beijava
ou mar, se era ela quem cantava p mim ou era o som acalentador das ondas.
O que eu não sabia ao certo era se eu estava apaixonado pela Lua na imensidão,
ou pelo mar.
Eu lá sei se a Lua na imensidão tem lábios gelados, molhados...
Eu poderia construir um foguete, mas nem sei... nem sei como chegar na Lua na imensidão
Mas se eu soubesse...ah! se eu soubesse eu queria me perder naquelas crateras e me cegar com a sua luz ora prateada, ora amarelada, ora avermelhada...
Só assim a Lua na imensidão escutaria bem baixinho
todas as coisas que eu tenho para dizer sem que o mar se intrometa.
Todavia, isso não passa de travessuras pueris de uma mente apaixonada...
e contínuo assim... sem sentir a Lua na imensidão,
ansioso,
triste e
preocupado,
esperando ela aparecer a cada noite.

"Fiz mal em envelhecer. Foi uma pena. Eu era tão feliz quando criança"

(eu encontrei esse simples poeminha na minha alma, que queria me mostrar a simplicidade e docura duma contemplação infantil que há nas coisas, até mesmo (e principalmente) no amor.)

sábado, 31 de janeiro de 2009

Apenas palavras jogadas

Pretensiosamente alguém poderia ser um poeta só pelo seu estado contemplativo ou pela um hábito de escrever (estranhamente). Eu extraordináriamente posso dizer que meu coração, talvez comprometido, talvez viúvo, pede-me alguns versinhos ou imaginações. É uma triste alternativa que não me serve de guia! Todavia, essa tão tosca e incomum mania me traz uns choques de antigas paixões em forma de pobres palavras que intencionalmente falam tristes e aborrecidas.
Assim, como dizem que a vida é como um livro, negro para uns e dourado para outros, se eu pudesse escrevê-los os faria de uma forma que nas melhores páginas abrissem bem no meio parênteses angustiosos e sombrios.
Não quero aqui dizer que sou um poeta, nunca quiz sê-lo, já que me renderia alguns amores aborrecidos e outros fingidos. Se bem que me dariam boas histórias de "amores prostituídos", mas não, não....
"non, non, il n'est point d' âme un peu bien située
Qui veuille d' une estime ainsi prostituée".
Mas há quem goste de se debruçar em vários corpos... vários amores...vai ver que só assim a dor da perda nem é sentida, mas também só assim o amor se banaliza.

Bem, e assim se vai...como não se sabe quando um capítulo termina ou começa
talvez eu tente intensificar ao máximo as coisas: os amores... os aborrecimentos e assim, novamente, nova paixão.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ao belo prazer

Como todo infeliz decidi vomitar tudo aquilo que se encontrava indigesto na minha cabeça. Sei lá o que eu ando pensando, acho que tomei muitas pílulas e doses de ilusão, romantismo, idealismo... e lá se vai. Mas é assim todos os dias, vivo me embriagando com pensamentos tolos que me causam um tremenda ressaca. E como muitos já experimentaram colocar o dedo guela a abaixo, faço o mesmo para aliviar a mente. Vá lá que alguém se embriague também.
Assim, como um bom citador, Baudelaire me entenderia:
"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'."Charles Baudelaire